Estudo mostra que a vacina contra Covid-19 produzida em parceria pela Universidade de Oxford e a farmacêutica inglesa AstraZeneca tem 82,4% de eficácia geral com uma segunda dose aplicada após um intervalo de três meses. Os resultados foram publicados em resumo pela revista científica Lancet — a versão completa deve ser publicada na semana que vem.
Além disso, a pesquisa também aponta que, com a primeira dose, a vacina já alcança 76% de eficácia. Ou seja, 22 dias após a primeira vacinação, o sistema imunológico já consegue produzir uma boa resposta ao novo coronavírus. Nos casos graves da doença, o imunizante revela ser 100% eficaz 22 dias após a aplicação da primeira dose.
A vacina da Oxford/AstraZeneca está sendo aplicada no Brasil conforme as normas definidas pelo Ministério da Saúde. As primeiras doses do imunizante que estão sendo distribuídas no país foram importadas da Índia. É previsto que, nos próximos meses, a vacina comece a ser produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A instituição científica firmou, em agosto de 2020, um acordo com a Universidade de Oxford e com a AstraZeneca para transferência de tecnologia.
O estudo é assinado por 76 integrantes do grupo que avalia a vacina, incluindo brasileiros, visto que os testes clínicos também estão sendo conduzidos no Brasil. Participaram das análises 17.177 voluntários, sendo 8.948 no Reino Unido, 6.753 no Brasil e 1.476 na África do Sul. Parte deles recebeu a vacina e outra parte um placebo.
A Fiocruz divulgou o estudo em seu site e afirmou que os novos dados reforçam a necessidade de se manter o protocolo de duas doses. “É uma informação importante que pode subsidiar decisões dos planos de vacinação, já que o número de vacinas disponível ainda é escasso em todo o mundo”.
A vacina da Oxford/AstraZeneca foi aprovada para uso emergencial no Reino Unido e também em outros países europeus. Segundo a Fiocruz, os estudos clínicos continuam em andamento para que se possa compreender cada vez mais os efeitos do imunizante.
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