A poliomielite, também conhecida por pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa causada por um vírus que costuma viver no intestino, o poliovírus. O vírus é transmitido pelo contato direto de uma pessoa para outra, pela via fecal-oral, por alimentos e água contaminados e através de secreções como a saliva.
A poliomielite acomete principalmente crianças com menos de cinco anos de idade, mas também pode afetar adultos. Entre as principais causas para a transmissão da doença, estão a falta de saneamento e más condições de higiene pessoal.
Na maioria dos casos, a infecção não causa sintomas, porém, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), 5 a 10 em cada 100 pessoas infectadas com o poliovírus tendem a apresentar sintomas semelhantes aos da gripe. Nos casos graves, em que o vírus afeta partes do sistema nervoso, causando paralisias musculares permanentes, sobretudo nas pernas e braços, uma em 200 pessoas são acometidas.
No Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o último caso de poliomielite foi notificado em 1989. O país recebeu em 1994 o certificado de eliminação da pólio concedido pela Organização.
Porém, apesar de a doença ser considerada erradicada no mundo, a vacinação continua sendo fundamental para evitar o surgimento de novos casos e que o vírus volte a circular, uma vez que pode existir o risco de um país ou continente ter casos importados, aponta a Opas.
Sintomas
A maioria dos casos de poliomielite não apresentam sintomas. Porém, quando surgem, os sintomas mais frequentes são:
- Febre;
- Mal-estar;
- Dor de cabeça e garganta;
- Dores no corpo;
- Náuseas e vômitos;
- Prisão de ventre;
- Diarreia;
- Espasmos e rigidez na nuca.
Quando a doença se desenvolve para a forma mais grave, que causa a paralisia, o paciente apresenta flacidez muscular, perda da força e reflexos, em decorrência dos neurônios do sistema nervoso central que são destruídos.
Nesses casos, em que o vírus causa infecção da medula e do cérebro, o paciente fica com sequelas permanentes da doença, como:
- Osteoporose;
- Problemas e dores nas articulações;
- Crescimento diferente das pernas;
- Dificuldade na fala;
- Atrofia muscular;
- hipersensibilidade ao toque;
- Pé torto – a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
- Paralisia de uma das pernas, dos músculos da fala e da deglutição, o que causa dificuldade para engolir.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para a poliomielite. O paciente infectado pelo vírus deve ser hospitalizado, para receber tratamento dos sintomas, conforme o quadro clínico do paciente. Geralmente consistem em repouso e ingestão de líquidos, além da prescrição de analgésicos para aliviar a dor, sempre com orientação de um médico.
Nos casos em que há paralisia, o paciente poderá realizar sessões de fisioterapia, que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados e melhoram a postura, promovendo maior qualidade de vida para o paciente. Medicamentos para alívio das dores musculares e articulares também podem ser indicados.
Prevenção
A melhor forma de prevenir infecções causadas pelo poliovírus é a vacinação. A vacina contra a poliomielite deve ser aplicada em todas as crianças com menos de 5 anos de idade.
Para obter a imunidade contra o vírus, o esquema vacinal deve ser seguido corretamente. Deve ser aplicada três doses da vacina Inativada Poliomielite (VIP) injetável aos 2, 4 e 6 meses de idade, além do reforço de duas doses da Vacina Oral Poliomielite (VOP), conhecida como gotinha, disponibilizado nas campanhas anuais de vacinação.
Foto: Agência Saúde DF/SES-DF
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