Você já ouviu falar em canabidiol medicinal? Essa substância, que carrega muitos mitos, é um ativo poderoso que pode ajudar no tratamento de diversas doenças relacionadas ao sistema nervoso central.
Neste post, vamos explicar melhor o que é o canabidiol, em quais casos ele é indicado e o que diz a legislação brasileira sobre a venda de produtos com essa substância.
O que é canabidiol?
O canabidiol ou CBD é uma substância canabinoide extraída da planta Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. O ativo compõe até 40% dos extratos da planta e pode ser utilizado para fins medicinais, ajudando no tratamento de doenças como fibromialgia e epilepsia.
Por estar relacionado a uma planta que é matéria-prima para uma droga ilegal, que causa efeitos psicoativos, o canabidiol ainda é alvo de muito preconceito e desinformação.
É importante entender que o CBD não causa os efeitos psicoativos presentes nos cigarros de maconha, usados de forma recreativa. A substância responsável pelo “barato” da droga é outro canabinoide, o delta-9-tetrahidrocanabinol, conhecido como THC.
Os produtos desenvolvidos à base do canabidiol são de uso medicinal e têm baixa ou nenhuma quantidade de THC em sua composição — por isso, não causam nenhum tipo de efeito psicoativo.
Para que serve o canabidiol?
O CBD atua diretamente no sistema nervoso central, e muitas pesquisas constatam seus efeitos anticonvulsivantes, neuroprotetores, anti-inflamatórios e ansiolíticos.
Além disso, o ativo tem se mostrado uma boa ferramenta para auxiliar no controle de dores e náuseas (sintomas de diversos tipos de doenças) e promover o aumento de apetite em pacientes com câncer.
A substância é utilizada, principalmente, para o tratamento de doenças como:
- Esclerose múltipla
- Epilepsia
- Fibromialgia
- Esquizofrenia
- Mal de Parkinson
- Doença de Crohn
O canabidiol é permitido no Brasil?
Por muitos anos, o canabidiol foi considerado uma substância ilegal, o que atrapalhou as pesquisas envolvendo o ativo. As coisas mudaram e, atualmente, vários países já contam com uma regulamentação para o uso medicinal de produtos derivados da Cannabis sativa.
No Brasil, o CBD passou a ser legal em 2015. Na época, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitia seu uso em situações bem específicas, apenas em caráter excepcional (com receita médica e aprovação do órgão) e mediante importação.
Em dezembro de 2019, uma resolução da Anvisa passou a permitir a comercialização de produtos com canabidiol em farmácias e drogarias brasileiras — apenas aqueles que foram aprovados pela entidade.
A resolução define que os produtos só devem ser prescritos quando as demais opções terapêuticas estiverem encerradas. Para a compra, deve ser apresentada receita médica de controle especial (do tipo azul, B, ou amarela, A, a depender do tipo de produto).
O primeiro medicamento à base de CBD foi registrado no Brasil foi o Mevatyl, produzido pela farmacêutica britânica GW Pharma e indicado para pacientes com esclerose múltipla.
Em 2020, o primeiro extrato de canabidiol desenvolvido no Brasil chegou às farmácias de todo o país. O produto é uma parceria entre a USP (Universidade de São Paulo) e o laboratório Prati-Donaduzzi.
Como comprar canabidiol?
Existem duas maneiras de adquirir um medicamento com canabidiol.
A primeira é comprando em uma farmácia. Nesse caso, você precisará de uma receita médica e depois terá que encontrar um estabelecimento que venda o medicamento em questão.
Como a oferta de medicamentos à base de canabidiol ainda é limitada nas farmácias brasileiras, a outra possibilidade é importar produtos de outros países.
Nesse caso, é preciso consultar um médico, obter a prescrição, preencher um formulário e solicitar autorização à Anvisa (com a receita, cópia da identidade e comprovante de residência), obter a autorização e, enfim, comprar o medicamento em alguma loja online.
Embora a autorização da Anvisa já seja um tipo de filtro, é bom pesquisar sobre a origem e procedência do medicamento, para garantir que está comprando um produto de qualidade.
Os extratos e remédios com CBD não costumam causar nenhum tipo de efeito colateral, portanto seu uso é considerado seguro.
Esse artigo foi publicado pelo Blog Bem Panvel.
Foto: Freepik
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